Este artigo resulta de uma série de 7 entrevistas feitas aos 35 participantes do projeto Aroma: design the smell of challenge – organizado pelo Aventura Marão Clube em Amarante (Portugal), entre 2 e 10 de julho. Durante 10 dias os participantes da Grécia, Roménia, Itália, Palestina, Tunísia, Egipto e Portugal, trabalharam juntos para organizar uma Bike Parade, um Jantar Euromed e para apoiar um festival de rua local chamado Festa Amarantina. Durante as entrevistas tivemos a oportunidade de os conhecer melhor a todos, descobrir o porquê de terem escolhido fazer parte deste projeto e como foi a experiência.

Do Egipto tivemos connosco a Rasha, a Amal, a Noha, a Radwa e o Luka. Uma equipa muito alegre e que nos disse que a razão pela qual participaram neste intercâmbio de jovens foi porque gostam de conhecer e trabalhar com pessoas novas. Eles estavam ansiosos para criar algo, para ganhar experiência de vida prática e também por melhorar o seu conhecimento sobre a cultura e estilo vida europeus. Não esquecendo que tinham muito interesse na reciclagem.

Grupo do Egipto vindo da organização Development no Borders

Para a Festa Amarantina, os egípcios trouxeram-nos as suas roupas tradicionais, as músicas e as danças. Aqueles que estavam interessados ensinaram algumas bases de árabe e mostraram como se escrevem alguns nomes.

Quando lhes perguntamos qual o maior equívoco sobre a sua cultura, a equipa disse-nos que há muita gente que pensa que as pirâmides foram construídas pelos judeus. No entanto foram os antigos egípcios que construíram estas majestosas estruturas. Estes participantes esclareceram também que, apesar de algumas pessoas acreditarem, os extraterrestres não deram nenhuma contribuição para o seu desenvolvimento. Nós achamos isto muito divertido.

No que diz respeito às maiores diferenças entre o Egipto e Portugal, a equipa disse-nos que ficaram bastante surpreendidos com várias coisas – por exemplo com as paisagens verdes, com a bonita arquitetura, com as ruas estreitas e a forma como estão organizadas e com o estilo de vida português, que descreveram como muito calmo e relaxado.

Algo surpreendente que partilharam connosco sobre o seu país é que lá existem muitos cristãos, cerca de 17 bilhões para ser exato. É um erro comum pensar que as pessoas do Egipto são todas muçulmanas. Outra coisa que pode ser interessante é que quando homem e mulher se encontram na rua nunca se cumprimentam com beijos. O mais provável é que se cumprimentem com um aperto de mão.

Nós também falamos sobre os desafios que os jovens estão a atravessar no seu país e a equipa apontou a falta de emprego como o grande problema. Eles sentem que os jovens têm expectativas irrealistas quando acabam a universidade e não aceitam a ideia de começar com um salário baixo. Relativamente a isto eles pensam que as mentalidades precisam de mudar, mas também que os jovens deviam ter algum tipo de treino durante a universidade para os preparar para a procura de emprego. Para além disso pensam também que as empresas deviam ser mais flexíveis e contratar pessoas sem experiência, para que possam aprender.

Artigo e entrevista de Denisa Gavriloni
(Participante do Projeto Aroma)

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